Ataque com carro-bomba deixa 35 mortos no Iraque
Da AFP
Um carro-bomba foi detonado nesta
sexta-feira no centro da localidade de Khan Bani Sad, ao norte de
Bagdá, deixando pelo menos 35 mortos - informaram autoridades locais e
fontes médicas. "Temos 35 mártires e mais de 70 feridos", anunciou
Mohamed Jawad al-Hamadani, membro do Conselho da província de Diyala.O ataque aconteceu na zona do mercado de Khan Bani Sad, a 20 km de Bagdá, na véspera da festa que marca o fim do Ramadã. Enquanto os sunitas celebram nesta sexta, a comunidade xiita comemora no sábado.
"A explosão foi muito grande, causou muitos danos", afirmou Rad Fares al-Mas, membro do Parlamento de Baquba, capital de Diyala, perto do local da deflagração. Entre as vítimas, estariam mulheres e crianças.
As imagens transmitidas pela televisão iraquiana mostravam a área devastada, além de vários prédios próximos destruídos. Feridos eram atendidos na rua, enquanto os moradores caminhavam em meio aos escombros, atônitos.
Seis horas após o atentado, os socorristas continuavam a retirar corpos das vítimas, relatou um policial.
Os mercados costumam ficar cheios antes das festas, já que a comunidade se prepara para realizar reuniões familiares, comprando roupas e comida. Em um fórum jihadista, o grupo sunita Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.
"Nosso irmão Abu Ruqaya al-Ansari avançou com seu carro carregado com quase três toneladas de explosivos para onde estavam reunidas as milícias 'rafidha'", afirmou o EI em uma mensagem, na qual utiliza um termo pejorativo para se referir aos xiitas.
O EI afirma que muitos de seus ataques são contra membros das milícias xiitas, embora a maioria das vítimas seja civil.
O governo de Diyala declarou três dias de luto na província e cancelou as festividades previstas para celebrar o fim do Ramadã.
O Estado Islâmico assumiu ainda a autoria de outro atentado com carro-bomba, cometido na última terça-feira em Khalis, também em Diyala, 60 km ao norte de Bagdá.
Em janeiro, o governo do Iraque anunciou que as forças iraquianas haviam "libertado" a província, depois de o EI ter conseguido controlar amplas faixas de território do país na ofensiva lançada em junho de 2014.
Embora os jihadistas já não tenham posições fixas, continuam cometendo ataques com carros-bomba, atentados suicidas e outras operações.
Pelo menos 15.000 civis morreram no Iraque entre abril de 2014, início da guerra contra o EI, e abril de 2015, informou a ONU, este mês.